terça-feira, 26 de abril de 2011

QUATRO PRESIDENTES, QUATRO DISCURSOS, QUATRO APELOS Á CONCERTAÇÃO

Quatro Presidentes, quatro discursos, quatro apelos à concertação, a mesma que o 1ºMinistro pediu para evitar a crise em que mergulhámos e nos conduziu à ajuda externa. Se o discurso da tomada de posse do Senhor Presidente da República tivesse sido outro também Portugal, hoje, seria outro. Infelizmente não foi o que aconteceu.

Nunca é tarde. As palavras de esperança foram importantes e é esse o caminho a seguir, com mais tolerância, maior responsabilidade, mais Portugal, maior convergência e mais sentido de Estado.

O ex-Presidente General Eanes não deixou de responsabilizar o actual Presidente pelo momento difícil que vivemos e Jorge Sampaio apontou o dedo aos políticos, mas também aos cidadãos, aos que acham que nada devem ao Estado, que se marginalizam da vida do país, que se dedicam à "má língua" e que se furtam às suas responsabilidades cívicas.

Foram os pontos mais altos e mais significativos, mas não menos importante foi a inversão das palavras do Presidente da República, uma espécie de "todos não somos demais" para vencer as dificuldades.

Tudo se enquadra na intervenção sábia de Mário Soares, não a do discurso que fez, mas da verdadeira e activa magistratura de influencia que tem praticado, desde as análises assertivas que não subtraem ninguém às suas responsabilidades, até à deslocação à sede de Passos Coelho a pedir contenção, moderação e cooperação institucional. Este ex-Presidente fez tudo o que sabia e tudo o que podia na sua circunstância.

O 1º Ministro José Sócrates gostou do que ouviu, mas não poderá deixar de perguntar-se sobre a demora destas palavras, por que não aconteceram antes ou por que não foi ouvido nos seus sucessivos apelos à concertação?

Nunca é tarde para fazer o que devemos para sair deste "aperto", embora tendo acontecido já não o possamos evitar. Em síntese, esta crise foi desnecessária e, sobretudo, evitável. Sofreremos imenso por causa disso e sei bem do que falo!

Oxalá o discurso de posse de 9 de Março possa ser corrigido....não tivesse Ramalho Eanes dito, logo na altura, ter sido excessivo ignorar a crise internacional, culpar o Governo, pelo menos exclusivamente, pelas dificuldades sentidas e, mais recentemente, dizer que era um erro tentar diabolizar Sócrates, porque foram muitas as reformas que conseguiu alcançar.

Sendo assim, por que nos trouxeram até aqui? O país e os portugueses nada lucraram. E o que lucrou o PSD e Passos Coelho? Veremos, em breve, como responderá o Povo!

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