quinta-feira, 21 de julho de 2011

Desvio colossal ainda não aparece nas contas de Junho

PEDRO ROMANOpromano@negocios pt


 Desvio colossal ainda não aparece nas contas de Junho

O défice orçamental engordou em cerca de 4 mil milhões de euros só em Junho crescendo mais neste mês do que em todo o período de Janeiro a Maio.
Mas apesar de tudo as contas publicadas ontem pela Direcção geral do Orçamento mostram que o buraco do Orçamento está bem abaixo da fasquia fixada pela troika.  Segundo a DGO o saldo do conjunto da máquina do Estado que inclui todosorganismos públicos desde a Segurança Social aos institutos públicos passou de um excedente de cerca de 500 milhões em Maio para um défice de 3 6 mil milhões de euros.
O aumento é enorme mas não é extraordinário tendo em conta o historial da execução orçamental Junho é tradicionalmente um mês complicado seja pela necessidade de pagar subsídios de férias seja porque é neste mês que grande parte dos juros são pagos aos credores dívidas a concessionárias de infraestruturas rodoviárias São pagamentos relativos a anos anteriores e que portanto não contam para odéfice deste ano

Desvio colossal por descobrir
Apesar disto o défice continua abaixo da meta fixada pela troika. BCE Comissão e FMI queriam que o buraco das contas não ultrapassasse os 5 400 milhões de euros em Setembro e esse objectivo foi cumprido com uma margem de manobra de quase 1 500 milhões de euros
Nas contas não se detecta assim qualquer desvio colossal face às metas averbadas com a troika
O desvio foi identificado pelo primeiro ministro que invocou como justificação para anunciar um novo imposto especial sobre o subsídio de Natal e cortes de despesa excepcionais
Os números de ontem contudo não são directamente comparáveis com os que são apresentados a Bruxelas já que seguem uma óptica contabilística diferente
Mas a troika sabia disso quando estabeleceu os objectivos que estão fixados para ambas as ópticas contabilísticas
Uma possibilidade é o desvio de Passos apenas ser identificado na óptica contabilística de Bruxelas Contas Nacionais para isso acontecer basta que os falhanços da consolidação se verifiquem em rubricas que apenas são captadas por esta óptica como despesas de empresas públicas Seja qual for a hipótese os números apresentados em relação à necessidade de mais medidas

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