sábado, 28 de janeiro de 2012

PORTUGAL PRECISA DE MAIS 1 ANO E 30 000 MILHÕES

Portugal precisa de mais 30 mil milhões de euros de ajuda externa e de mais um ano para cumprir o programa de ajustamento acordado com a troika, defende o ex-ministro das Finanças, Jacinto Nunes.
O economista disse, em entrevista ao «Jornal das 8» da TVI, que a evolução da situação portuguesa «depende da Europa». Se a crise europeia «se agravar, precisaremos de mais» dinheiro do que os 30 mil milhões, admite.

Quanto aos prazos, «era bom (um alargamento) por um ano, para 2014. Estou convencido que vai ser assim. Com isso e mais algumas dezenas de mil milhões, talvez a gente vá lá», refere o ex-governador do Banco de Portugal.

Jacinto Nunes não acredita que Portugal consiga regressar ao mercado nem no ano que vem, nem no ano a seguir. «Em 2014 ainda não. Porque mesmo que estejamos com um défice reduzido, a dívida ainda estará a um nível elevado».

«Mas talvez aí, se nós cumprirmos o programa, a Europa, o BCE, etc. reconheçam o esforço que fizemos e nos dêem mais algumas dezenas de milhões de euros». Se «nós cumprimos rigorosamente o que nos pediram, com isso podemos solicitar, ou até ser-nos oferecido, um auxílio», explicou.

«Nós estamos a cumprir, até com algum excesso, em alguns planos», lembrou.

Para Jacinto Nunes, Portugal ainda não está numa situação de bancarrota, e isso pode ser evitado se o Governo mantiver uma política de rigor e se os bancos se mantiverem equilibrados. O problema é a recessão económica que, admite, pode chegar aos 3,5%.

A terminar, o economista deixa ainda uma crítica à forma como a crise europeia tem sido gerida, nomeadamente a Angela Merkel e Nicolas Sarkozy. «A Europa não tem líderes, esta gente que está a gerir a Europa não tem nível. Não há um (Helmut) Kohl, não há um (François) Miterrand...», lamentou.

Jacinto Nunes defendeu ainda que são sempre necessárias «almofadas» porque já se sabe que o orçamento não é cumprido à risca e, sobre a função pública, além de reiterar a necessidade de despedimentos, avisa que os subsídios de férias e Natal podem não ser repostos em 2014.

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