sexta-feira, 29 de junho de 2012

VISEU E O MUSEU DO QUARTZO

Fui visitar o Museu do Quartzo. É um equipamento que responde bem, ambiental e culturalmente. Uns podem dizer que demorou muito tempo, outros que foi no tempo possível, mas a verdade é que está lá, existe, e bem.
Como eu me lembro daquele vazio, feio, produto da ação do homem, que não da natureza! Essa imagem desapareceu. O equipamento encima um horizonte que nos permite espreitar a cidade, bem maior, com mais gente, verde e mais bonita.
Mas voltemos ao museu. O acolhimento de quem entra é agradável. Há uma primeira explicação e ficamos orientados para, no caso de um adulto, poder fazer a sua visita, quase sozinho. E digo quase, porque o conceito interativo, para ser devidamente percebido e experimentado, pela primeira vez, precisa de ajuda, de informação e esta não falta.
Ainda me lembro, na escola primária, de aprender "grosso modo" que uma "pedra", como chamávamos ao granito, continha quartzo, mica e feldspato. Depois víamos o que o nosso professor nos ajudava a identificar. A nossa memória visual funcionava e a nossa imaginação também.
Hoje tudo é diferente e mais claro. Temos equipamentos que nos mostram a composição molecular, e que a explicam, microscópios que nos permitem ver a diversidade, desenho e cor que a natureza deu às coisas e também a composição dos instrumentos domésticos ou os equipamentos que temos e usamos nas nossas casas. Tudo isso no museu.
Há amostras das várias partes do mundo, exemplos de formações lindíssimas que espelham cor, formas bizarras e até "obras de arte" que a Natureza nos ofereceu. Imagino as crianças das escolas, minhas "colegas" com cinquenta anos de diferença, com a vontade de mexer, de tocar, de conhecer, de experimentar.
A interatividade funciona como uma "brincadeira" que ajuda a aprender, que estimula a curiosidade que há em cada uma delas, e a utilização do microscópio, dos muitos que existem, fixa-lhes imagens únicas na memória, oferecer-lhes a compreensão fácil do que veem e ajuda a despertar um certo espírito científico.
Ao entrar, tudo começa pela formação da Terra, do fogo que esconde no seu ventre, das "escapadelas" que o trazem à superfície, acompanhado de todas as substâncias que o alimentam, líquidas umas, gasosas outras, formando uma crosta, montes e vales, e transformando a atmosfera. E tudo acompanhado de um som quase misterioso que nos transporta àqueles que foram os movimentos telúricos do passado.
Foi tudo bem pensado, o trabalho de Galopim de Carvalho valeu a pena e a autarquia fez um investimento inteligente, daqueles que valem a pena e o elogio aberto. Viseu não ficou maior, mas ficou melhor, mais qualificado, ou não sejam estas coisas que distinguem o crescimento do desenvolvimento que, neste caso, é Viseu e o seu Museu do Quartzo!

DV 2012.06.27

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