sexta-feira, 23 de novembro de 2012

(DV opinião) VISEU, COMO CENTRALIDADE NO DESENVOLVIMENTO



Síntese - DE QUEM PODE SER A VOZ DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS e dos trabalhadores em geral?...."Entre nós, perante um silêncio redondo da generalidade das forças políticas, por demissão das suas obrigações, entrecruzado com pragmáticos interesses de conjuntura ou da "vidinha", é cada vez mais importante a proatividade do autarca...sobretudo quando alguns, cá dentro ou à nossa volta, gostariam de ver Viseu como um concelho mais fraco."
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O governo pediu ao FMI para dar o mote. Os funcionários da tecnocracia europeia protegem-se mutuamente. E o FMI, solicito, lá veio dizer que os funcionários públicos devem trabalhar mais horas, ganhar menos e ter pensões mais baixas.
Quem são, afinal, os funcionários públicos? Todos aqueles que trabalham para o Estado português, como os técnicos auxiliares, médicos, administrativos, professores, polícias, enfermeiros, juízes, militares, técnicos da segurança social, do emprego, das finanças, quer estejam no ativo ou reformados.
Acontece que estas mulheres e homens são pessoas de bem e merecem respeito. O governo trata-nos a todos como se fossemos "coisa inútil" e permite-se dispor de nós e do produto do nosso trabalho, quer se trate do salário ou da reforma. Sente-se no direito, que não tem, de nos desconsiderar como se não fossemos pessoas ou não tivéssemos responsabilidades assumidas ou famílias.
Começou na função pública e generalizou esta prática a toda a população. Melhor dizendo, a quase toda. Com efeito, os "seus", a casta que protege, não é atingida. O chamado "efeito Catroga", consubstanciado desde o próprio até aos gabinetes governamentais, passando pelos lugares da administração que nos prometeram preencher por concurso público, está fora deste aperto imoral.
Não digo nada que não se saiba. Tratar o Estado ou as pessoas como se fossem propriedade do PSD ou do CDS já é domínio da "voz populi". Ora é precisamente esta "voz" que necessita da "voz" dos seus legítimos representantes, nomeadamente da sociedade civil, dos deputados e dos autarcas eleitos. E é aqui, a estes últimos, que quero chegar.
Hoje em dia, um autarca tem missões muito diferentes das que assumiu há mais de três décadas. Aplica no seu território políticas próprias, mas, muitas delas são já a partilha e parceria das nacionais. Basta pensar no emprego, na educação, na solidariedade social, na justiça, na segurança, na proteção civil, na saúde ou em outras áreas que qualificam a vida das pessoas, para reconhecermos a importância da sua ação local.
Entre nós, perante um silêncio redondo da generalidade das forças políticas, por demissão das suas obrigações, entrecruzado com pragmáticos interesses de conjuntura ou da "vidinha", é cada vez mais importante a proatividade do autarca.
Essa atitude será uma marca dos nossos dias e do futuro, sobretudo quando alguns, cá dentro ou à nossa volta, gostariam de ver Viseu como um concelho mais fraco. Há alguns, cada vez menos reconhecidos, que têm como ambição eterna serem líderes do insucesso, apenas para garantir um interesse pessoal. Felizmente, todos os outros são diferentes. Querem ser a voz dos que não têm voz e querem pensar Viseu como centralidade no desenvolvimento.

DV 2012.11.21

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