terça-feira, 25 de dezembro de 2012

NICOLAU SANTOS - Lamento muito, mas fui mesmo embarretado


ACONTECE AOS MELHORES - O director-adjunto do semanário Expresso, Nicolau Santos, lamentou, em declarações ao Público, ter-se «deixado enganar» por Artur Baptista da Silva, o homem que disse coordenar uma equipa da ONU encarregada pelo secretário-geral Ban Ki-moon de apresentar um relatório da crise na Europa do Sul. Recusou, contudo, que «alguém possa concluir» que ele próprio, «o Expresso ou os jornalistas em geral privilegiam quem critica o Governo».
«Tudo se resume a isto: cometemos um erro terrível, do qual me penitencio – não confirmámos se aquele senhor era quem dizia ser. Além disto, qualquer conclusão é abusiva», disse Nicolau Santos.
Segundo afirmou, ele próprio almoçou, em Novembro, com Baptista da Silva, que, considera, mostrou ter «um discurso bastante consistente e credível do ponto de vista económico». Aquele entregou-lhe um cartão que, segundo o director-adjunto do Expresso, «não parece ser forjado» e alguns documentos, alegadamente da sua autoria, «sobre os temas em que dizia ser especialista».
«Cometemos um erro, mas não foi sequência da pressa ou da precipitação», refere Nicolau Santos. Conta que, depois desse encontro, uma jornalista do Expresso foi assistir a uma conferência do alegado especialista da ONU, «no Grémio Literário, uma organização prestigiada e insuspeita, feita perante inúmeros notáveis». Só mais tarde se realizou a entrevista publicada na edição do Expresso no dia 15 – na qual Artur Baptista da Silva propôs a renegociação da dívida –, na sequência da qual o próprio Nicolau Santos o convidou para o programa da SIC Notícias «Expresso da Meia-Noite», de sábado passado.
«Lamento muito, mas depois de 32 anos de jornalismo, fui mesmo embarretado», disse o director-adjunto, que afirma «não ter dúvidas» de que, tal como noticiou a SIC e confirmaram, depois, outros órgãos de comunicação social, «Artur Baptista da Silva será um impostor».

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