quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Governo vai aos mercados, mas sem os portugueses

Com dinheiro a mais, em 2011. Foi assim que terminámos o ano. O défice foi inferior ao acordado com a "Troika". Os 50% dos nossos subsídios de Natal e demais receitas extraordinárias explicam o "sucesso". 
Em 2012, o défice será mais elevado do que em 2011. Não se compreende? Sim, compreende. Não havendo economia tudo se explica. A Troika "fechou os olhos", porque as violentas medidas de austeridade faziam do governo um "bom aluno" que andava num "bom caminho". Afinal, as gorduras do Estado somos nós. O governo acha que os portugueses estão a mais. Por isso nos mandou emigrar.
Acontece que em 2012 não se cumpre o défice. As vendas, concessões e privatizações irrepetíveis hão-de disfarçar a "coisa", mas novamente sem economia. A sobretaxa de 2,5% aplicada sobre os nossos vencimentos não bastou, apesar de "grosso modo" ter correspondido aos "outros" 50% do subsídio de Natal. Os cortes nos salários, nas reformas ou o "brilho" de um IVA máximo também não, mesmo na restauração ou nas indústrias estratégicas.
Neste janeiro de 2013 soubemos que o governo renegociou a maturidade dos empréstimos e recebeu mais dinheiro, aumentando a dívida em mais 4,2 mil milhões, mas para pagar em mais tempo. Sem economia não poderia ser de outra forma. Fingiu nunca aceitar as propostas do PS, mas percebeu que não poderia disfarçar mais tempo.  Não será, no entanto, este atitude que vai impedir que em 2013 tenhamos mais 90 mil desempregados e uma recessão ainda maior. 
Vai, neste contexto, aos mercados e isso é bom, mas vai aos mercados sem os portugueses e isso é mau.

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