sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Henrique Monteiro - "A traição autárquica do PSD"


Não posso aceitar que um homem que esgotou os mandatos em Sintra possa fazer mais em Lisboa. O mesmo para Gaia e Porto. A ideia é politicamente repugnante, porque retira toda a carga simbólica do poder autárquico, o qual deveria ser exercido de baixo para cima e não de cima para baixo.
O PSD, e outros partidos (até já o CDS entrou na jogatana), traíram o princípio da limitação de mandatos com a mais estúpida das justificações - a de que esse limite se refere a uma câmara específica. Como se as teias de interesse seja nas obras públicas, futebóis ou outro tipo de lóbis, se recusasse a deslocar cinco ou 10 quilómetros. A limitação de mandatos, seja nas autarquias, seja na chefia do Estado destina-se a impedir que redes de interesses se mantenham indefinidamente. Aliás, a limitação deveria ser um princípio geral da vida política em todos os escalões.
O jornal I, hoje, ouve magistrados que dizem que tanto Seara como Meneses devem ser impedidos de levar as candidaturas adiante. Ainda bem, se assim for. Mas o simples facto de eles receberem o apoio partidário é muito revelador. E até me dá azo a uma grande provocação: por que não deixar candidatar Isaltino? Afinal, se a limitação dos mandatos é assunto tão local, o mesmo se poderá um dia aplicar a outros aspectos menos nobres da vida autárquica

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