quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Juncker. A troika "pecou contra a dignidade" dos portugueses

Hipocrisia sem limites. Juncker reconhece agora que "Pecámos contra a dignidade dos cidadãos na Grécia, Portugal e muitas vezes na Irlanda também". Só veio dar razão ao PS, com mais de três anos de atraso. Só a direita PSD/CDS insistiu numa receita que sempre esteve errada, perdeu a decência, e exigiu sempre mais do que o necessário

(Expresso) "Presidente da Comissão Europeia reconhece que falta "legitimidade democrática" à troika e aponta "erros" no passado, garantindo que o objetivo é não repeti-los no futuro.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, admitiu hoje que a 'troika' "pecou contra a dignidade" de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros.
"Pecámos contra a dignidade dos cidadãos na Grécia, Portugal e muitas vezes na Irlanda também", disse Juncker perante o Comité Económico e Social, admitindo que a afirmação pode parecer "estúpida" dita pelo ex-presidente do Eurogrupo, refere a agência noticiosa Efe.
"Mas temos de aprender as nossas lições do passado e não repetir os mesmos erros", acrescentou, citado pela Efe, recusando-se a comentar o impasse das negociações com a Grécia, apenas indicando que a situação foi discutida no colégio de comissários.
Juncker teceu ainda críticas à anterior Comissão Europeia (CE) liderada por Durão Barroso, ao afirmar que "antes não se falava em absoluto" na Grécia porque se "confiava cegamente no que dizia a 'troika'", formada pela CE, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu. 
O atual presidente da CE insistiu na ideia de que falta à 'troika' legitimidade democrática, apesar de considerar que as três instituições que a formam devem estar presentes na estrutura.
"Quando chegar o momento tudo isto deve ser revisto", afirmou, sublinhando, contudo, que os países devem continuar a seguir o caminho da consolidação das finanças públias, porque não devem hipotecar o futuro de outras gerações.

Ainda sobre o funcionamento da 'troika', Juncker declarou: "Não critico os funcionários, mas não se coloca um alto funcionário perante um primeiro-ministro ou um ministro. Há que colocar frente a eles um comissário ou um ministro sob a autoridade do presidente do Eurogrupo".

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