segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O fim de semana em que a coligação perdeu as eleições

A intranquilidade é, regra geral, má conselheira. Paulo Rangel meteu a Justiça ao barulho insinuando que é partidarizável. Os juízes reagiram forte às declarações: "foram infelizes e não dignificavam os políticos". E os comentadores, mesmo os oficiais do meio laranja, não pouparam o dislate.
Passos Coelho foi a cereja em cima do bolo ao afirmar - traído pela memória - que a política não é para "beneficiar alguns amigos" revelou não estar em grande "tecnoforma". Na verdade, desde as quase 6 mil nomeações, passando por martelados concursos "cresapeanos" até à tentativa de ajuste direto do Metro do Porto e da STCP, em véspera de finados, esqueceu-se de tudo um pouco. 
Ao mesmo tempo, António Costa, em Sto Tirso, era levado em ombros e no comentário dominical Marcelo confirmou que tudo lhe tinha corrido bem. Ou muito me engano ou este foi o fim de semana em que a coligação perdeu as eleições.

Foto do dia: Combate ao fogo: reabastecimento no ponto de água de Vila Chã de Sá

Foi no dia 31.08.2013, faz hoje dois anos. Os meios aéreos combatiam um fortíssimo incêndio no concelho de Viseu. O reabastecimento era feito em condições extremas e exigia muita perícia e sangue frio.

domingo, 30 de agosto de 2015

Sugestão de leitura: "O mérito de Merkel e o demérito dos outros"

Teresa de Sousa
"1. Não sei se por mérito próprio ou demérito alheio, Angela Merkel foi a única voz audível e consequente perante uma vaga de refugiados só comparável com a II Guerra, dispostos a arriscar tudo para chegar à Europa. A chanceler conseguiu colocar o assunto no topo da agenda europeia e não é provável que alguém o consiga tirar de lá.
Pela segunda vez, quando se trata de um desafio directo aos fundamentos da Europa, é a voz dela que se ouve e é ela que tenta ter uma visão de longo prazo. A primeira foi durante a crise ucraniana, quando decidiu que a agressão russa era uma ameaça à segurança europeia e agiu em conformidade, apesar das reservas de alguns dos seus parceiros mais fixados nas vantagens económicas. Desta vez, foi a sua voz que rompeu um silêncio ensurdecedor de uma larga maioria de governos europeus, dispostos a ignorar uma tragédia sem nome. A imprensa alemã dá várias explicações, nem todas boas, para este protagonismo da chanceler, que não se resume a palavras: a Alemanha está preparada para receber até ao fim do ano perto de 800 mil refugiados. Diz que o líder do SPD e vice-chanceler Sigmar Gabriel foi o primeiro a ir a Heidenau, perto de Dresden, enfrentar as manifestações e os ataques contra um dos campos de refugiados. Ou que o silêncio de Merkel durou tempo de mais. É possível. Mas isso não tira o valor às suas palavras. E também é verdade que a chanceler tem há muito duas preocupações fundamentais, que não mereceram particular atenção. Ela sabe que a Alemanha é o último dos países a poder dar-se ao luxo de ver um partido de extrema-direita racista criar raízes. As razões são óbvias. Até agora tem conseguido conter as tentativas da Alternativa para a Alemanha e do Pegida, um movimento contra os imigrantes de todas as espécies com raízes sobretudo na parte Leste do país, onde de resto se registam a maioria dos ataques aos campos de refugiados. Merkel enfrenta-os, como fez agora em Dresden, e conta com 60 por cento de compatriotas que pensam como ela. A sua segunda preocupação é o envelhecimento da população alemã a um ritmo muito elevado, que lhe tem servido também para defender a austeridade e a poupança. Tem o apoio da classe empresarial, que sabe até que ponto precisa de mão-de-obra especializada ou indiferenciada para alimentar a actividade económica. “Precisamos de mão-de-obra: serve qualquer cor”, dizia recentemente um empresário citado pela Spiegel. Como escreve a Economist, a imigração e o afluxo de refugiados são uma mais-valia para a Europa, incluindo o Reino Unido. Vêm para trabalhar arduamente por uma oportunidade. “Dêem-lhes trabalho”, aconselha a velha revista britânica em sintonia com muitos empresários alemães.
2. O passo seguinte da chanceler é mais difícil: convencer os seus parceiros europeus a criar condições para receber um número muito maior de refugiados. François Hollande foi na segunda-feira a Berlim discutir com a chanceler o que fazer. Apesar da bela língua de Voltaire, o Presidente não assumiu compromissos. Prefere centrar-se no terrorismo dos “lobos solitários” que tem fustigado o país. Não quer abrir espaço ao discurso anti-imigrantes que Nicolas Sarkozy está sempre disposto tirar da algibeira e ainda não se convenceu que não é cedendo à agenda de Marine Le Pen que consegue uma reeleição. Para a França dos Direitos do Homem é muito pouco. Aliás, Monde interrogava-se recentemente sobre o estranho silêncio da esquerda francesa perante a tragédia das migrações. Se não houver uma resposta comum, corajosa, realista mas digna dos valores que a Europa gosta de apregoar ao mundo, a violência racista pode ser o próximo degrau. “O que me inquieta é ver o ressentimento, a rejeição, o medo em alguns sectores da população, ateando fogo aos campos de refugiados, empurrando os barcos que chegam às costas (…). Isto não é a Europa”, disse Jean-Claude Juncker. O problema é que outros valores menos louváveis vêm ao de cima rapidamente. O novo Presidente polaco, que vem do lado católico e conservador, avisou que a Polónia não está em condições de receber mais do que 60 refugiados com a condição de serem cristãos. Em Budapeste, Viktor Orbán dedica-se à construção de muros na fronteira sérvia. E mesmo nos países de longa tradição humanitária, como a Suécia (que, em termos relativos, é o país que recebe mais gente), o partido populista de direita está hoje no cimo das sondagens, beneficiando da situação. A Europa fez demasiadas concessões aos extremos, que agora dificultam qualquer acção positiva face a um problema que desafia a sua história e os seus valores. Reflecte um mundo em desordem para o qual tem de estar preparada. A maioria dos refugiados vem da Síria e da Líbia, fugindo do Estado Islâmico, da guerra e desespero. O primeiro passo é mudar a Convenção de Dublin sobre o asilo, estabelecendo uma regra comum. Como dizia Antonio Vitorino, a Grécia concede direito de asilo a 1 por cento dos pedidos, a Suécia a 80 por cento.
3. Entretanto, um novo factor de incerteza que, até recentemente, ninguém queria sequer considerar, pode matar no ovo a recuperação da economia mundial. A turbulência nas bolsas chineses e a previsão de uma queda maior do que o previsto do crescimento da economia da China lançaram ondas de pânico nos mercados internacionais e puseram muita gente a fazer contas. Os analistas dividem-se sobre a gravidade da crise, ou melhor, sobre a capacidade de Xi Jinping de controlar uma aterragem suave da economia chinesa, que não poderia manter-se eternamente com taxas de crescimento de 10 por cento ao ano. Para uns, Pequim vai manter o controlo, mesmo que com acidentes de percurso. Para outros, a queda do mercado accionista, com perdas enormes para os pequenos investidores chineses é muito mais profunda. Xi anunciou a transição de um modelo assente nas exportações e no investimento para uma maior aposta no consumo interno. Será um processo complexo que não ficará imune à turbulência social. A liderança chinesa sabe que a sua legitimidade assenta, já não na ideologia comunista, mas na capacidade de dar aos chineses uma perspectiva de vida melhor. Um crescimento anémico corta esta dinâmica fundamental. E os chineses, naturalmente, já não aceitam tudo. “O nacionalismo pode vir a ser a fonte primeira da legitimidade do Partido Comunista, que deixa de conseguir garantir a subida rápida do nível de vida”, diz Richard Haass, director do Council for Foreign Relations. Este nacionalismo já não o velho, de Mao, construído contra o Ocidente, que exigia a destruição de todos os símbolos da cultura ocidental. Mas outro, com outra proveniência história, contra a agressão japonesa antes e durante a II Guerra Mundial. Xi terá de geri-lo com algum cuidado porque quem resistiu ao Japão foram as forças do Kuomintang de Chang Kai-shek, que Mao acabaria por derrotar apenas em 1949. O Presidente chinês vai presidir no início de Setembro a um dos maiores desfiles militares de que há memória para celebrar os 70 anos do fim da Guerra Mundial, a que passou agora a chamar “a vitória da guerra mundial antifascista e da guerra popular da China contra a agressão japonesa”. A instabilidade regional que Pequim está a alimentar com as suas reivindicações territoriais, a reacção nervosa do Japão, que procura alargar a sua margem de manobra militar, duvidando do empenho americano na sua defesa, ou a sorte dos países da ASEAN, que se joga entre Washington para a segurança e Pequim para a economia, são sinais preocupantes. A única certeza é que o que acontecer na China afectará a vida de toda a gente, como já se está a ver no Brasil ou em África. E mesmo que os economistas alemães digam que não afectará a Alemanha, a queda das vendas de VW para a China (um terço do seu mercado) já é uma realidade. Resta o mercado de último recurso que são os Estados Unidos. Também aqui as mudanças são rápidas e inesperadas. Quem apostou no declínio inevitável da economia americana, tem agora a surpresa de vê-la crescer a 3,7 por cento no seguindo trimestre. Só haveria uma maneira de gerir estas imprevisibilidades com benefícios para todos: a cooperação entre Washington, Pequim e Bruxelas para tentar governar a globalização em vez de reagirem cada um para seu lado. A alternativa é ligeiramente assustadora."
Jornalista

Descida dos combustíveis? Petróleo caiu 50%, gasolina 4% e gasóleo 10%

Publicitar que os combustíveis vão descer a partir de segunda feira não surpreende. Eles costumem subir em qualquer dia.


A notícia está no título do "post": "Petróleo caiu 50%, gasolina 4% e gasóleo 10%". E fica tudo dito. Ou seja: uma coisa não acompanha a outra.


E a gasolina bem pode baixar 5cts, porque, convém lembrar, desde janeiro aumentou 21, 6cts.


Por isso, para os condutores, esta redução sabe ainda a muito pouco.


Sobre a matéria há um trabalho do Expresso muito importante - http://gotadeagua53.blogspot.pt/2015/08/exp-curto-por-que-nao-cai.html




Foto do dia: Viseu - a cidade vista do tribunal, na avenida da Europa

2014.10.20 - durante uma visita de trabalho parlamentar ao tribunal de Viseu

sábado, 29 de agosto de 2015

(Opinião JC) "Saber se é pessoa de carácter"

Pelo que leio nos estudos de opinião (sem considerar os secretos que o PSD manda fazer lá em casa) só a sensibilização dos indecisos pode levar à definição de uma maioria, relativa ou não. Como sempre, neste momento do “campeonato”, já há indicações claras e a ideia que emerge é a de que o resultado nos pode levar a “prolongamento” ou a “penalties”.
E aqui chegados importa saber se os eleitores se conformam com esta possibilidade ou se, pelo contrário, decidem por uma alternativa, a do PS, ou pela renovação da confiança em quem está.
Os ingleses viveram este contexto e, avisados pelas sondagens, decidiram a coisa de uma só vez renovando a confiança em quem estava por entenderem que seria mais seguro ou o menor dos males.
António Costa aposta por isso na “Confiança” como dominante da sua mensagem. Sabe que ela pode resultar da credibilização das propostas que apresenta. Tem feito um esforço nesse sentido. Diz como quer fazer, quantifica os custos, as fontes de sustentabilidade e os efeitos. As pessoas podem ou não concordar, porque o trabalho que existe lhes permite isso.
A coligação, ao contrário do expectável, proclama, mas não apresenta contas. Como eleitor não passaria um cheque em branco a quem nada justifica e transforma tudo numa questão de fé. A direita diz que “podemos mais” e eu acho que “merecemos mais” e melhor.

Há outra variável importante para os indecisos, a do carácter. Da sua consistência resultará uma outra “Confiança” que vai muito para além de qualquer proposta política.
As pessoas querem saber se o seu voto é confiado a alguém que opte pela grandeza e não pelo ressentimento, que respeite a palavra dada em detrimento de estranhas oportunidades, em síntese, as pessoas querem saber se o futuro primeiro-ministro é pessoa de caráter.

JC 2015.08.23

Foto do dia: Atenas vista por mim, da Acrópole

A Acrópole de Atenas foi construída entre 450 a 330 aC sobre as ruínas de construções mais antigas. O sítio arqueológico possui quatro das mais importantes obras primas da arte grega clássica: O Partenon, o Propileu, o Erecteion e o templo de Atena Nike. 

Em grego, Acrópole significa "cidade no topo". Na Grécia antiga era um distrito de defesa que também reunia os principais prédios administrativos e religiosos da cidade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

(Opinião DV) Não há melhor cartaz do que estes deslizes do governo!

A campanha eleitoral continua forte, de parte a parte. Governo e partidos, respetivamente, esticam ao máximo os seus resultados e propostas. Nada de novo, portanto. O que surpreende é apenas o facto do executivo de Passos Coelho, a trinta dias de eleições, continuar a assumir decisões de fundo que requerem melhor ponderação e, sobretudo, transparência.
Falhado o concurso para a concessão do Metro do Porto e da STCP, o conselho de administração (CA) decidiu-se por um ajuste direto. Sim, um ajuste direto, leu bem. Reunido à pressa na sexta-feira, o CA tratou de difundir o anúncio às 9h de sábado definindo um período de doze dias para a apresentação de propostas.
Invoca, para o efeito, o “interesse público relevante” e de tal maneira o é, na opinião daquele “grupo” de administradores e do Governo, que nem podem esperar trinta dias para conhecer a opinião do próximo Executivo. Pode ser que não seja, mas que cheira a “negociata” e não a interesse público, lá isso cheira!
É tudo tão irracional e inútil, porque vai ruir completamente se o próximo Governo for de sinal contrário, que não se entende. A atitude nem tão pouco teve em conta a opinião dos autarcas e foi, aliás, assumida contra eles. O negócio não será de tostões e surge, pois, a pergunta: qual é pressa?
Não fora isto suficiente, vem a questão da receita fiscal. O Governo publicita com exuberância os números para poder dizer que se tudo continuar assim a redução da sobretaxa do IRC em 2016 poderá ser diminuída em 25%.
Acontece que “A receita fiscal do Estado está a crescer quase 970 milhões de euros (ME) nos primeiros sete meses do ano, mais 4,9% do que em igual período de 2014. Este resultado só é possível devido ao comportamento dos reembolsos, que estão a cair 411 ME e que representam 42% da melhoria da receita líquida de impostos”.
Já o procedimento para a candidatura dos alunos do Ensino Superior a bolsas de estudo não merece tanta atenção. Teoricamente, desde a última semana de junho deveriam poder fazê-lo, mas, na prática, só agora é que foi libertado o acesso à plataforma de bolsas. São dois meses de atraso para mais de 60 mil bolseiros e sobre a matéria, neste caso, o Governo diz desconhecer que haja qualquer problema e não tem pressa.
Estes três exemplos são o paradigma da atuação frenética de Passos e Portas. Pensam que tudo pode ser feito, que as pessoas não dão conta e que todas as decisões, sobretudo as deste teor, escapam ao escrutínio público. Estão enganados.
Estas são boas notícias para as oposições, sobretudo para o PS, porque às medidas propostas por António Costa, sempre justificadas e quantificadas, sobrepõe-se a ausência de rigor e transparência do Executivo. E para o PS não há melhor cartaz do que estes deslizes do governo!

DV 2015.08.26

Foto do dia - Canal da Ria de Aveiro, junto à Praça do Peixe

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Nelson Évora conquista bronze em Pequim

"O atleta português atingiu a marca de 17,52m, conseguindo desta forma atingir a sua melhor marca do ano. 
Logo após a conquista da medalha de bronze nos Mundiais de Pequim, Nelson recorreu às redes sociais para partilhar a sua alegria pelo facto de ter garantido um lugar no pódio. 
O atleta português, ligado ao Benfica, questionou o seus seguidores relativamente ao facto da importância da medalha que irá trazer para Portugal.  "Vocês sabem o que este bronze representa, certo?", escreveu na sua página de Facebook."


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

(Exp. Curto) - Por que não cai, proporcionalmente, o preço dos combustíveis em Portugal?

O excesso de oferta de crude tem feito as cotações cair a pique, mas para as famílias o efeito é bem menos elástico. Mas há indícios de que tão cedo não ouviremos falar de subidas vertiginosas da gasolina e do gasóleo

O preço do petróleo desceu para um dos níveis mais baixos dos últimos seis anos, mas em Portugal o custo dos refinados (gasolina e gasóleo), sem impostos, mantém-se nos valores mais elevados praticados entre os 28 países da União Europeia (UE). Para os produtores de petróleo as baixas cotações da matéria-prima vêm ensombrando as suas perspetivas de negócio, obrigando a adiar investimentos até que os preços voltem a proporcionar maiores margens de lucro.
Para o consumidor português a queda do preço do petróleo até podia ser benéfica. Mas a queda no preço do crude está longe de se refletir de com a mesma amplitude nos valores praticados nos postos de combustíveis. Mesmo expurgando o efeito da fiscalidade, Portugal paga um preço relativamente elevado pelos produtos refinados.
Segundo dados da Comissão Europeia, a gasolina 95 vendida em Portugal, sem impostos, é a quinta mais cara da UE. E o gasóleo português, também sem impostos, é o nono mais caro entre os 28 países da UE.
Na Península Ibérica, persistem diferenças de preços nos combustíveis refinados sem impostos, devidas, sobretudo, à maior incorporação em Portugal de biocombustíveis e aditivos mais "limpos" na gasolina e no gasóleo.
Espanha incorpora menos quantidades percentuais de biocombustíveis na gasolina e no gasóleo, praticando preços base (sem impostos) mais baixos.
Também os Preços de Venda ao Público (PVP) são superiores em Portugal, pois o mercado nacional continua a ter uma fiscalidade mais pesada que a praticada em Espanha.
Enquanto em Portugal, sem impostos - segundo dados da Comissão Europeia relativos a 17 de agosto -, o preço do litro de gasolina 95 é de 0,582 euros, em Espanha este combustível é vendido a 0,573 euros por litro. No gasóleo, o preço sem impostos é de 0,555 euros por litro em Portugal, e em Espanha é de 0,538 euros.
Em PVP, a Comissão Europeia refere que na semana de 17 de agosto a gasolina 95 era vendida em Portugal a 1,476 euros por litro, enquanto no mercado espanhol custava 1,252 euros por litro. O gasóleo, na mesma semana, custava 1,178 euros por litro em Portugal e 1,096 euros por litro em Espanha.

O impacto dos biocombustíveis em Portugal
O presidente da BP Portugal, Pedro Oliveira, explica que a incorporação legal de biocombustíveis é superior em Portugal, o que encarece ligeiramente o preço base da gasolina e do gasóleo no mercado nacional, comparativamente aos preços praticados em Espanha, que travou a quantidade de biocombustíveis incorporada nos refinados".
"No gasóleo é incorporado o designado Fame, que é o biocombustível utilizado para ser adicionado até aos níveis fixados na lei portuguesa e que é um produto nacional", refere Pedro Oliveira, explicando que "o mercado português não pode recorrer à incorporação de Fame adquirido no mercado internacional, que tem preços mais favoráveis".
Por outro lado, o mercado português de combustíveis não tem as infraestruturas necessárias para efetuar a mistura de etanol na gasolina, que exigem instalações separadas. "Como em Portugal não há linhas de produção segregadas para efectuar a mistura de etanol, a produção de gasolina menos poluente, mais limpa, é feita através da incorporação do designado MTBE, o que encarece o preço base da gasolina", comenta o presidente da BP Portugal.
No entanto, Pedro Oliveira esclarece que "sem a incorporação de Fame e MTBE, o custo da gasolina e do gasóleo refinados em Portugal é inferior ao dos refinados em Espanha".
Na atual conjuntura internacional do mercado petrolífero, "é previsível que se mantenha o excesso de reservas e de combustíveis armazenados (stocks) e que continue a ser produzido petróleo em quantidades superiores aos níveis atuais do consumo, o que prolongará a descida das cotações internacionais do barril de petróleo", adianta Pedro Oliveira.
"Esta tendência de queda de preços será mantida até ao dia em que a quantidade de petróleo produzido coincida com a quantidade de petróleo consumida, mas atualmente há incerteza sobre o momento em que isso possa acontecer", refere o responsável da BP Portugal.
Ao longo dos últimos 12 meses a cotação do brent afundou mais de 50% mas o preço de venda ao público da gasolina em Portugal apenas recuou 4%, enquanto o preço final do gasóleo baixou cerca de 10%
Face ao forte abrandamento no crescimento da China - e ao aumento de problemas com as quedas de exportações da segunda maior economia mundial, que já determinaram sucessivas desvalorizações cambiais do yuan por parte do Banco Popular da China -, ao aumento das reservas petrolíferas dos EUA e ao aumento de vendas do petróleo do Irão no mercado internacional, persistem os fatores que poderão prolongar a descida de cotações internacionais do petróleo.
Ou seja, atualmente não há certezas sobre o efeito do abrandamento chinês na redução do consumo mundial de petróleo, sendo certo que a quantidade de petróleo produzida diariamente em todo o mundo continuará a ser superior aos níveis de consumo diários.
Assim, a cotação internacional do petróleo continua a cair, com o petróleo do Texas (o WTI) a ser negociado em Nova Iorque perto dos 38 dólares por barril, enquanto o petróleo do mar do Norte (o Brent, que é o petróleo de referência para o mercado português) está a ser negociado em Londres a níveis próximos dos 43 dólares por barril.
Preços baixos são para continuar
Embora ao longo dos últimos 12 meses a cotação do brent tenha afundado mais de 50%, o preço de venda ao público da gasolina em Portugal apenas recuou 4%, enquanto o preço final do gasóleo baixou cerca de 10%. O elevado peso da fiscalidade (note-se que o ISP tem um valor fixo por litro de combustível) faz com que as flutuações da matéria-prima se repercutam no preço final dos refinados com menor intensidade. Além disso, a desvalorização do euro face ao dólar também tem sido um entrave a que a queda do valor do crude se traduza em maiores benefícios para as famílias portuguesas.
António Costa Silva, presidente executivo da Partex (petrolífera da Fundação Calouste Gulbenkian), admite que a cotação do ouro negro permaneça em níveis historicamente baixos. "Estamos claramente num ciclo de preços baixos. E com tendência para baixar ainda mais", declarou o gestor ao Expresso.
Tem havido correções pontuais de preços nas cotações do WTI e do Brent, que, durante horas, travam a tendência de queda do petróleo nos mercados internacionais. Mas os especialistas do sector reconhecem que a descida de preços do petróleo vai continuar em setembro. Os contratos de futuros de petróleo (os barris que são negogiados para serem entregues no prazo de três meses) têm batido mínimos históricos sucessivos, forçados pela sobreprodução mundial de petróleo.
A agência Bloomberg estima que os "stocks" de petróleo no mercado norte-americano aumentaram cerca de dois milhões de barris na semana de 21 de agosto.
"Já estamos com excesso de oferta no mercado. E com a produção do Irão é muito provável que continue a haver excesso de oferta", aponta António Costa Silva. O que não deixa de ser um sinal positivo para quem consome produtos petrolíferos. "Creio que este ano e o próximo os preços vão estar muito baixos, na faixa dos 45 a 50 dólares por barril. A menos que haja uma catástrofe geopolítica!", sublinha o presidente da Partex. (Txt João Palma Ferreira e Miguel Prado; Infografia de Olavo Cruz)

Viseu: SCP derrota Benfica e ABC e ganha torneio da Feira de S. Mateus 2015

Estive com a direção do Núcleo de Viseu do SCP, na qualidade de adepto e presidente do Conselho Fiscal,  no jantar final de confraternização com a equipa do Sporting que venceu o Benfica e o ABC. 
Decorreu nas novas instalações do Orfeão de Viseu. Os adeptos responderam à chamada e durante dois dias acompanharam a equipa nos jogos que decorreram no pavilhão Cidade de Viseu. 

Na véspera alguns jogadores estiveram na sede do Núcleo e foram recebidos por Carlos Frederico, presidente, e restantes órgão sociais. A Sporting TV esteve presente e fez a cobertura total dos dois dias que a equipa esteve em Viseu.















segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Feira do Vinho - José Junqueiro e Acácio Pinto em Penalva do Castelo

A Feira do Vinho e o mercado agrícola preencheram a mostra económica realizada ontem em Penalva do Castelo. Os deputados eleitos pelo PS Viseu estiveram presentes a convite do presidente da câmara Francisco Carvalho. Três medalhas de Ouro e uma de Prata proporcionou a distinção dos respetivos produtores e da Adega Cooperativa que representa mais de mil associados. Quinta da Vigia, Casa da Ínsua, Quinta Corga e Adega Cooperativa tiveram os vinhos medalhados

Os produtos endógenos da região estiveram em evidência tendo os seus produtores realizado a exposição e venda dos mesmos. Desde o queijo, maçã Bravo de Esmolfe, azeite, enchidos,  passando pelo bolo de azeite, pão, compotas até aos produtos do campo tudo foi suscetível de ser degustado pelos presentes. 

Está mais uma vez de parabéns o presidente Francisco Carvalho e a sua equipa, todos os demais autarcas e produtores por continuarem a colocar Penalva do Castelo no mapa dos produtos de excelência.