sábado, 15 de agosto de 2015

Maior central solar portuguesa produzirá 53% da energia fotovoltaica atual

Foto Amit Davis/ Reuters
Síntese - Investimentos com futuro - Em Alcoutim, será um investimento de 200 M€, numa área de 1363 hectares, com 2,4 milhões de painéis solares, dispostos em quase 160 mil filas e terá 101 postos de transformação. Com 200 megawatts (MW) de potência, produzirá 383 gigawatts/h (GWh) por ano, volume que equivale a 53% de toda a energia fotovoltaica produzida em Portugal.


"Central fotovoltaica de Alcoutim terá uma área semelhante a quatro Parques das Nações, em Lisboa. São 200 milhões de euros, ainda à espera de aprovação ambiental. E produzirá rosmaninho entre as 160 mil linhas de painéis
O estudo de impacto ambiental da central fotovoltaica de Alcoutim, que passará a ser a maior central solar portuguesa, prevê que a construção do empreendimento arranque em janeiro próximo e se estenda por pouco mais de um ano. O projeto custará 200 milhões de euros, segundo os promotores.
O projeto da central fotovoltaica de Alcoutim acaba de entrar em consulta pública para efeitos de licenciamento ambiental, podendo os interessados pronunciar-se sobre este empreendimento de grande escala até ao dia quatro de setembro, através do portal Participa.pt, criado pelo Governo para promover consultas públicas.
Se a construção for em frente, trata-se da maior central solar já feita em Portugal. O empreendimento de Alcoutim terá 200 megawatts (MW) de potência, ou seja, quatro vezes a capacidade da central fotovoltaica da Amareleja, no Alentejo. E ocupará uma área de 1363 hectares nas freguesias de Martim Longo e Vaqueiros, no concelho de Alcoutim, no Algarve. O equivalente a quatro vezes toda a área de intervenção do Parque das Nações, em Lisboa.
Promovido pela empresa Solara4, com sede no Porto, o empreendimento deverá implicar um investimento de 200 milhões de euros, um pouco menos que os 220 milhões que chegaram a ser apontados no primeiro estudo ambiental, apresentado no final do ano passado e que teve de ser refeito devido a não conformidades identificadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Segundo o promotor, a central de Alcoutim contará com quase 2,4 milhões de painéis solares do fabricante norte-americano First Solar, que estarão dispostos em quase 160 mil filas de painéis. A central terá ainda 101 postos de transformação, uma subestação e uma linha de quase 8 quilómetros para transportar a eletricidade gerada até à subestação da REN - Redes Energéticas Nacionais em Tavira.
A Solara4 prevê no seu cronograma que os trabalhos de preparação dos terrenos e de construção civil comecem em janeiro do próximo ano, devendo a instalação dos painéis solares e restantes equipamentos ser feita entre julho de 2016 e fevereiro de 2017. A central deverá estar pronta a produzir eletricidade solar no início de maio de 2017.
Energias, ervas e mel
Mas não é só energia solar que o promotor deste empreendimento quer gerar. A central fotovoltaica de Alcoutim tem previsto um projeto complementar, que é a plantação de rosmaninho nas faixas de terreno entre as fileiras de painéis, que terão entre si um espaçamento de seis metros.
O objetivo do rosmaninho, segundo o estudo de impacto ambiental, é a destilação para produção de óleos essenciais. A plantação terá o benefício adicional, segundo os promotores, de absorver a água da chuva e evitar o eventual transporte de sólidos para as linhas de água da região.
Adicionalmente, os investidores da central fotovoltaica de Alcoutim pretendem criar uma exploração apícola para “produzir mel de elevada qualidade”, tirando partido do rosmaninho que será plantado entre as fileiras de painéis.
Quanto à energia, os estudos realizados pelos promotores apontam para uma produção de 383 gigawatts hora (GWh) por ano, um volume que equivale a 53% de toda a energia fotovoltaica que Portugal produz atualmente de Norte a Sul do país. A energia será injetada na rede nacional, mas com o objetivo de ser vendida a compradores internacionais.
O projeto de Alcoutim é um de vários empreendimentos solares de grande escala que deverão nascer nos próximos anos em Portugal, conforme o Expresso já noticiou a 27 de junho. Os projetos de centrais fotovoltaicas que já chegaram à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) somam 1300 MW. E tendo como referência um custo da ordem de um milhão de euros por MW instalado, o investimento em causa deverá rondar 1,3 mil milhões de euros."(In Expresso, Miguel Prado)

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