sábado, 29 de agosto de 2015

(Opinião JC) "Saber se é pessoa de carácter"

Pelo que leio nos estudos de opinião (sem considerar os secretos que o PSD manda fazer lá em casa) só a sensibilização dos indecisos pode levar à definição de uma maioria, relativa ou não. Como sempre, neste momento do “campeonato”, já há indicações claras e a ideia que emerge é a de que o resultado nos pode levar a “prolongamento” ou a “penalties”.
E aqui chegados importa saber se os eleitores se conformam com esta possibilidade ou se, pelo contrário, decidem por uma alternativa, a do PS, ou pela renovação da confiança em quem está.
Os ingleses viveram este contexto e, avisados pelas sondagens, decidiram a coisa de uma só vez renovando a confiança em quem estava por entenderem que seria mais seguro ou o menor dos males.
António Costa aposta por isso na “Confiança” como dominante da sua mensagem. Sabe que ela pode resultar da credibilização das propostas que apresenta. Tem feito um esforço nesse sentido. Diz como quer fazer, quantifica os custos, as fontes de sustentabilidade e os efeitos. As pessoas podem ou não concordar, porque o trabalho que existe lhes permite isso.
A coligação, ao contrário do expectável, proclama, mas não apresenta contas. Como eleitor não passaria um cheque em branco a quem nada justifica e transforma tudo numa questão de fé. A direita diz que “podemos mais” e eu acho que “merecemos mais” e melhor.

Há outra variável importante para os indecisos, a do carácter. Da sua consistência resultará uma outra “Confiança” que vai muito para além de qualquer proposta política.
As pessoas querem saber se o seu voto é confiado a alguém que opte pela grandeza e não pelo ressentimento, que respeite a palavra dada em detrimento de estranhas oportunidades, em síntese, as pessoas querem saber se o futuro primeiro-ministro é pessoa de caráter.

JC 2015.08.23

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