sábado, 26 de setembro de 2015

(Opinião) "Maioria absoluta e o desaire das sondagens!

Chegaram as sondagens diárias da RTP, TVI e CM. Comparando-as entre si e com as que se inserem na avaliação mais tradicional, constatamos duas coisas: um resultado tendencialmente próximo e uma discrepância notável na Católica.
A nota que acompanhou a sua segunda sondagem diz que (…) “mantém o nível de indecisos nos 42 por cento (33% não sabem e 9% não respondem em que partido votarão). Sublinha por isso o centro de sondagens da Católica que "a quantidade de indecisos é ainda muito grande, o que pode afetar negativamente a qualidade das estimativas”.
Parece-me uma desculpa para o que aí vem. Os profissionais dos estudos de opinião já enfrentam grandes dificuldades e estas serão ainda maiores nas consequências para a sua credibilidade. E isso acontecerá a 4 de outubro, no único ato que traduz com rigor a opinião dos eleitores.
Nunca como agora se viveram tantas dúvidas. É a primeira vez, em muitos anos, que a uma quinzena de eleições não existe na opinião pública uma ideia comum sobre quem poderá vir as ser primeiro-ministro e que partido terá a maioria clara de deputados.
Sim, a maioria de votos deveria corresponder a uma maioria de deputados e à ausência de qualquer dúvida sobre quem o Presidente da República vai chamar para formar governo. Ora acontece que, teoricamente, com uma coligação a percentagem final poderá não corresponder ao maior número de deputados. Poderemos ter um vencedor em votos, mas perdedor em deputados. Não é inédito nas democracias, nem tão pouco entre nós.
Creio, por tudo isto, que os eleitores não vão assinar com o seu voto uma situação de altíssima instabilidade para as suas vidas e, sobretudo, para o país. Talvez por isso, possamos vir a ter uma maioria absoluta e o desaire das sondagens.
JC 2015.09.20



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