sexta-feira, 13 de novembro de 2015

(Opinião) Agora é o tempo do Presidente da República

Agora é o tempo do Presidente da República

O Governo da direita foi derrubado por uma moção de censura apresentada pelo PS e apoiada pela restante esquerda parlamentar. E só foi assim porque António Costa garantiu ter uma alternativa estável para toda a legislatura, suportada por uma “posição conjunta”, designação oficial que titula cada um dos três documentos assinados.
Concorde-se ou não com a solução encontrada pelo PS - e eu não concordo - a verdade é que ela existe e só pode ser julgada pelo resultado da governação que se segue. Será, a partir de hoje, o caminho em que todo o PS se vai envolver. 
Assim, a PàF ao agitar fantasmas, ao prognosticar o “tremendismo” e o desastre ou ao tentar ligar às flutuações da bolsa esta solução política está a cometer um erro. Em breve se verá se as promessas do PS são exequíveis, se têm conforto orçamental e se respeitam os compromissos internacionais. As contas apresentadas dizem que sim.
E se assim for, o eleitorado, mesmo o mais relutante, aprovará as medidas e chegará à conclusão de que afinal, no passado recente, teria sido possível fazer mais e melhor. Trata-se de uma viragem no modo como se olham os rendimentos das pessoas, respeitando-as, bem como de projetar com maior equidade as políticas sociais. Sublinho este cenário, porque, objetivamente, não são as conjeturas, as suposições, mas sim os resultados que determinam os êxitos de uma política.
É dito, e compreende-se bem, que são muitas as promessas e pouco o dinheiro.
E se assim não for? E se a coligação de direita tiver ido longe demais, para além do necessário? Então o mais certo é ser possível confortar as promessas nas disponibilidades orçamentais e materializar a sua concretização real
E se assim não for? Nesse caso competirá ao próximo Presidente da República, independentemente da sua origem, devolver a palavra aos eleitores para que usufruam da oportunidade de sancionarem o incumprimento de expectativas que, afinal, não terão sido concretizadas ou não terão obedecido ao estrito respeito pelos nossos compromissos internos e externos.
Portanto, especular agora sobre esse futuro próximo não é prudente, de parte a parte, porque o risco de “ser ou não ser” é a sério, existe mesmo. Já a dicotomia entre “ser ou não ser” legítima ou ética a solução encontrada vai continuar a alimentar a polémica que prevejo vá subir de tom.
No entanto, as pessoas em geral e os agentes económicos em particular o que querem, respetivamente, é encontrar soluções para os seus problemas e ventos favoráveis para a economia. Por tudo isto, vão exigir uma solução fiável e rápida. Vamos aguardar, porque agora é o tempo do Presidente da República.

DV 2015.11.11

Sem comentários:

Enviar um comentário