sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Hoje, António Costa e oposições no debate quinzenal: realismo e responsabilidade

O Governo escolheu o "Simplex" para debate. A experiência diz-me que se falará apenas de números, da proposta do OE 2016, dos funcionários da Troika, das estimativas da UTAO, das agências de rating...o habitual.  Um pergunta o que quer e o outro responde o que entende. O debate parlamentar, por vezes, é isto mesmo: ver quem passa a mensagem decisiva, independentemente da sua consistência.
Contrariar as "não soluções de Bruxelas" deveria ser um objetivo comum. Exultar com as "ameaças das agências", com as exigências da Troika ou fazer a prognose do dilúvio é um papel que uma oposição inteligente não deverá assumir. 
Bem nos bastou Cavaco com o Governo PS, no início de 2011, a tomar como suas as ameaças de todas as "Fitchs" do planeta e arredores para, 6 meses depois, dizer o seu contrário quando o governo de direita,  começou a exercer funções. E tudo correu mal.
Não é suficiente - e até é cínico - que o próprio FMI venha reconhecer que errou, tal como fizeram outras personalidades da Comissão ou do BCE. Isso agora não resolve nada e até tudo fica mais complicado se depois de tais palavras exigirem a prática dos mesmos atos.
De facto, os sacrifícios exigidos penalizaram apenas as pessoas e não, por exemplo, a banca e os "Donos de Tudo Isto" que andam por aí. E não são muitos os privilegiados do Planeta, mas 1% tem mais riqueza do que os outros 99% como só agora alguma comunicação social parece ter descoberto. Por isso Guterres, parafraseando, disse que se os ricos não forem ao encontro dos pobres, um dia serão os pobres a vir ao encontro dos ricos.
O debate político, sobretudo no contexto em que vivemos, exige responsabilidade na divergência e realismo para fazer a convergência com vista ao bem comum. Veremos se realismo e responsabilidade serão ou não dominantes no debate.

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